ATENÇÃO

Ao entrar neste blog estará sujeito a pensar.

sábado, 14 de maio de 2011

Minha incoerência



Escrevo porque gosto, não bem certo de quem sou
Escrevo pra me achar, perdido de onde estou
Sabendo que sou sempre eu, o culpado pelo meu estado.
Busco uma razão lógica e uma coerência exata

Pensamentos lineares e sentimentos explicados
Atitudes controladas e palavras precisas.
Uma mente programada da maneira que eu quero.
Mas de que robô estou falando?

Sou apenas um ser humano,
Com todas as suas discrepâncias.
A minha razão não tem sentido,
E minha coerência não coere.

Meus pensamentos são distorcidos e aleatórios
Dos sentimentos os mais inimagináveis.
Atitudes que me fazem um monstro
E palavras que saem sem perceber

E é nesse labirinto que busco a minha coerência
Lógica de um ser humano, incongruência natural.
Sempre mudando e desmudando.
Sempre buscando mais coerência.





                                                                                                  Bruno Cezar

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Inconformismo




                                         


Onde estão nossos poetas, nossos grandes homens com sonhos que iam além de si?
Que pensavam em todos e lutavam pro melhor existir?
Ninguém tinha pedido, muito menos eles tinham jurado.
Apenas não aceitavam, sujeira, hipocrisia e mentira.

Não ouço gritos na madrugada, ela está tão calada, parece estar tudo perfeito.
Esqueceram de me avisar quando a perfeição chegou.
Quero ouvir berros que mudem nosso rumo - “Que país é esse?!”
Ouvir críticas que gerem reflexão – “Mas só não se esqueça da rosa de Hiroshima, a rosa hereditária, a rosa radioativa, estúpida, inválida...”

Onde estão os músicos que se importam com outros seres humanos?!
Chega de romances, histórias de amor. Chega de egoísmo!  Quando pensaremos em nós?!
Quem vai falar do verdadeiro amor? - “Porque o amor é uma coisa mais profunda que uma transa sensual.”
Abracemo-nos às autocríticas - “Nós somos tão modernos, só não somos sinceros, nos escondemos mais e mais...”
Veremos que algo está errado...nosso silêncio – “Esse silêncio todo me atordoa, atordoado eu permaneço atento na arquibancada pra qualquer momento ver emergir o monstro da lagoa.”

Onde estão aqueles que dão a vida por um ideal? Que lutam até o fim pelo correto?
Disposição. Use todos os meios, use a música - “Enquanto houver espaço, corpo, tempo e algum modo de dizer não eu canto.”
Independente do que irão pensar - “Não me peça que lhe faça uma canção como se deve. Correta, branca, suave, muito limpa, muito leve. Sons, palavras, são navalhas e eu não posso cantar como convém sem querer ferir ninguém.”

Geração conformada, quieta, doutrinada, adepta ao silêncio.
Gritemos, peguemos os auto-falantes - “Ou nós encontramos o caminho, ou abrimos um.”
Mas não nos esqueçamos que eles não são autofalantes - “Quero lançar um grito desumano, que é uma maneira de ser escutado.”

Vejamos que nem os escolhidos conseguem entender o que tem acontecido - “E há tempos nem os santos tem ao certo a medida da maldade.”
O sorriso tem se perdido - “E há tempos o encanto está ausente e há ferrugem nos sorrisos.”
E nós, colocamos o que temos nos bolsos e fechamos os olhos?! - “De que me vale ser filho da santa, melhor seria ser filho da outra. Outra realidade menos morta, tanta mentira, tanta força bruta.”
Assim como podemos falar do amor?!  - “E hoje em dia, como é que se diz eu te amo?!”
Talvez nem possamos, com a ganância nos cegando - “No escritório onde eu trabalho, e fico rico. Quanto mais eu multiplico diminui o meu amor.”

Quero ouvir de novo críticas sobre tudo - “O céu já foi azul, mas agora é cinza. E o que era verde aqui, já não existe mais.”
Exigir respeito abrindo a boca - “Esse ar deixou minha vista cansada, nada demais...”
Melhoramos muito, mas podemos melhorar mais -“Eu quero trabalho honesto, em vez de escravidão.”
Ironias são aceitas, mas demonstre o inconformismo - “O diabo é um otimista se acredita que pode piorar as coisas.”

Fazer diferença e lutar pela justiça é uma tarefa difícil. Mas é um ideal de vida.
As aspas representam a inconformidade de diversos escritores com a sociedade, governo, etc.
Infelizmente a maioria não está mais vivo, mas a coragem que havia neles pode haver em nós.
Trará riscos, inimigos e conflitos.
Mas antes viver uma vida de risco que viver uma vida de silêncio




                                                                                                 Bruno Cezar

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Robô sentimental





  

Bom seria programar, atitudes e pensamentos.
Ver em um laboratório todos os fios que me ligam,
Desde o mais antigo ao mais recente,
Ver como eu era e como fui evoluindo.

Poder ver o que mudou, o que foi adaptado.
Seria perfeito, ser um robô sentimental.
Escolher ações exatas e reagir precisamente,
Ter frases certas em mente e um ideal por qual lutar.

Eu iria apagar do meu sistema todo medo.
Só com um clique iria instalar a fé
E dentro do pacote estaria o amor.

Ah se eu pudesse...ser um robô sentimental.





                                                                     Bruno Cezar

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Passa, tempo...

                                 



17 anos, 6 meses e 28 dias. Sonhos, planos e realizações.
Descobertas e descobertas.
A vida segue e a vontade de querer parar o tempo por umas horas, ou uns dias, ou o tempo suficiente para organizar, refletir e tentar  recomeçar não vai ser realizada.
O futuro chega em todo tempo. Tento pilotá-lo, mas ele simplesmente vem e faz tudo diferente, de uma maneira que não poderia imaginar. E depois de recebê-lo, chorar ou sorrir é o que me resta.
Agora, minhas marcas e cicatrizes me ajudam a estar menos exposto ao vizinho posterior do presente.
Vejo o tempo passando, e não preciso ser um idoso para perceber que o tempo é fugaz, que daqui a pouco estarei em outra fase da minha vida onde as dificuldades, as pessoas e minha mente serão outras.
Por isso amo, às vezes tenho medo, mas tento nunca deixar com que esse medo seja mais forte do que o meu amor.
Cada dia que passa é uma nova oportunidade para fazer diferente aquilo que faço sempre igual, para demonstrar carinho e preocupação, para ver que o ser humano é uma obra prima, para ver a vida de uma maneira diferente, para deixar de lado as influências e pensamentos desse sistema impositor e ver a beleza em cada manhã, em cada sorriso, em cada coração.
Amo, pois a melhor forma de encarar a vida é amando.


                            
     


                                                                         Bruno Cezar

domingo, 20 de março de 2011

Primeiro eu, depois eles - Sem egoísmo



    É muito comum ouvirmos críticas à política. Mas pouco ouvimos críticas ao eleitorado, ou seja aos eleitores, nós, que temos a capacidade eleitoral ativa.
    Procurar conhecer os candidatos antes de votar deveria ser um dever de todo cidadão. Certamente se houvesse uma analise e pesquisa maior da vida daqueles não haveria alguns absurdos na nossa política.
    É bem fácil falar mal dos políticos, aliás, é bastante fácil falar mal de qualquer coisa que seja, sem o devido conhecimento. Parar para analisar requer tempo e envolvimento. Sem contar com o risco de perceber que o outro lado(nesse caso, os eleitores) também tem seus pontos negativos, que são consideráveis.
    Michel Miguel Elias Temer. Quem ele é? É o vice-presidente da República Federativa do Brasil. Novidade?! Marco Aurélio Spall Maia, presidente da Câmara dos Deputados. Jose Ribamar Sarney, presidente do Senado Federal. Antonio Cezar Peluso, presidente do Supremo Tribunal Federal, etc. São pessoas que tem mais influências nas nossas vidas do que imaginamos, e que por incoerência as desconhecemos totalmente.
     Isso quando falamos de Federação, mas em âmbito menor a questão não é menos caótica. O conhecimento que se têm é algo assustador, quase nada. Jorge Aranha, vice-prefeito de São Gonçalo. José Vicente Elias, vice-prefeito de Niterói. Falo apenas dos vice-prefeitos tendo em mente que os prefeitos são de conhecimento comum.
    Conhecer quem irá escolher é fundamental. Tão quanto saber quem está nos governando, quem está tomando as decisões que mudam a sociedade. Faça o seu papel como cidadão.
    Portanto, concluo dizendo que críticas são aceitas. Mas não critique algo antes de se criticar, estará fazendo um bem a você mesmo. Neste caso não estará sendo egoísta pensando primeiro em si.





                                                                                                             
                                                                                                      Bruno Cezar
     

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Vício por imposição

          
   


    Cada geração tem uma característica. Cada época tem uma marca. Fica mais fácil analisar quando a época já passou, pois se pode ver a história de uma visão panorâmica. Mas permitam-me arriscar a dizer um pouco sobre um comportamento que analiso em nossa sociedade atual.
    Falarei sobre o vício por imposição. Aquele que – geralmente - não é visto com maus olhos, porém isso não muda o fato de ser extremamente danoso. Assim como todo vício e seus processos, este também segue o mesmo padrão. Desde experimentar para saber como é até ver a vida ir embora.
     A televisão. É comum em pessoas que vivem no século XXI gostem de assisti-la. Alguns não exigem explicação para o que nela é dito, outros só acreditam desde que criem uma demonstração lógica e tenha argumentos de pessoas que dizem entender do assunto.
     Começa com um jornalzinho aqui, um capítulo da novela das nove ali, um programa de fofoca acolá, e quando se vê está atado. E insistem por algum motivo em ficar presos. É certo que com a velocidade das informações, se houver algo muito ruim ou muito bom todos saberemos.
     Não venha com desculpas do tipo: Assisto para me informar. Antes, não dê também essa desculpa para si. Pare de falar que novela é a realidade, a maioria das pessoas que você vê quando sai na rua são feias, e curiosamente na novela só há príncipes e princesas. Pare de idolatrar pessoas que tiveram sorte na vida, e que juntando com um pouco de esforço e instrução aparecem na sua televisão.Eles controlam tudo, até como os vêem. Dizem que são especiais, intocáveis, amados, lindos, inteligentes, encantados, únicos, perfeitos. E são? Depois que eles dizem sim.
     Por favor, não fique com raiva de mim, sei que ama seu ídolo, ele é lindo. Também não diga que escrevo por inveja, no mínimo compaixão.
     Mas no fim, não passa de imposição. E pode acreditar, tem um monte de gente enchendo o bolso de dinheiro só para dizer aonde você vai comer quando sair com seu namorado, as gírias que você vai usar no dia-a-dia - o que só faz você empobrecer cada vez mais seu vocabulário e ser menos culto - sobre o que você vai falar com seus amigos na sexta-feira, do que vai rir no sábado, qual acidente causou mais mortes, que estilo de roupa deve comprar e em qual loja. Enfim, o que quiserem dizer.
     Se querem medo: Rio de Janeiro, a 2ª cidade mais violenta do Brasil. Se querem paz: Investimentos com policiais no Estado do Rio de Janeiro ultrapassa 2 bilhões de reais. Se querem sangue: Homem é morto com 20 facadas e pauladas na cabeça. Se querem “cultura”: Escolas de samba festejam celebração de convênio inédito no Estado. Enfim, dizem o que convém (a eles, é claro). O poder discricionário está nas mãos deles. Avaliam a conveniência e a oportunidade não como o Estado, de acordo com o bem comum e o interesse social, mas de acordo com o que vai vender mais e o interesse particular de alguns.
     Selecionam a mentira mais bem contada e colocam para seus fãs cegos.
     Eu sinceramente gostaria de entender o que faz as pessoas se colocarem na posição de indefesas e ficarem horas em frente a uma tela se envenenando. Mas parece que se conscientizar e selecionar aquilo que irão absorver exige muito de sua capacidade mental.
     Realmente, "quem pensa por si mesmo é livre e ser livre é coisa muito séria", dizia o poeta.
     Mas é involuntário, é vício por imposição. O sistema coloca isso como uma necessidade, e não é que funciona? Acreditam. Tem os que se acham espertos e “selecionam” o que vêem, realmente, selecionam quem vai os enganar. É um jogo de conveniência, pura venda de produtos, onde o vendedor faz de tudo para obter o lucro. Os fins justificam os meios sim.
     De que importa tudo isso, é melhor ir lá porque daqui a pouco começa Big Brother e você não pode perder quem vai ser eliminado.
     Se acha que não é um viciado, tente ficar um tempo longe. Tente não assistir a tão querida televisão por uns meses, a menos que ela seja tão “necessária” assim na sua vida. Garanto que não é.



                                                                                                          Bruno Cezar