Onde estão nossos poetas, nossos grandes homens com sonhos que iam além de si?
Que pensavam em todos e lutavam pro melhor existir?
Ninguém tinha pedido, muito menos eles tinham jurado.
Apenas não aceitavam, sujeira, hipocrisia e mentira.
Não ouço gritos na madrugada, ela está tão calada, parece estar tudo perfeito.
Esqueceram de me avisar quando a perfeição chegou.
Quero ouvir berros que mudem nosso rumo - “Que país é esse?!”
Ouvir críticas que gerem reflexão – “Mas só não se esqueça da rosa de Hiroshima, a rosa hereditária, a rosa radioativa, estúpida, inválida...”
Onde estão os músicos que se importam com outros seres humanos?!
Chega de romances, histórias de amor. Chega de egoísmo! Quando pensaremos em nós?!
Quem vai falar do verdadeiro amor? - “Porque o amor é uma coisa mais profunda que uma transa sensual.”
Abracemo-nos às autocríticas - “Nós somos tão modernos, só não somos sinceros, nos escondemos mais e mais...”
Veremos que algo está errado...nosso silêncio – “Esse silêncio todo me atordoa, atordoado eu permaneço atento na arquibancada pra qualquer momento ver emergir o monstro da lagoa.”
Onde estão aqueles que dão a vida por um ideal? Que lutam até o fim pelo correto?
Disposição. Use todos os meios, use a música - “Enquanto houver espaço, corpo, tempo e algum modo de dizer não eu canto.”
Independente do que irão pensar - “Não me peça que lhe faça uma canção como se deve. Correta, branca, suave, muito limpa, muito leve. Sons, palavras, são navalhas e eu não posso cantar como convém sem querer ferir ninguém.”
Geração conformada, quieta, doutrinada, adepta ao silêncio.
Gritemos, peguemos os auto-falantes - “Ou nós encontramos o caminho, ou abrimos um.”
Mas não nos esqueçamos que eles não são autofalantes - “Quero lançar um grito desumano, que é uma maneira de ser escutado.”
Vejamos que nem os escolhidos conseguem entender o que tem acontecido - “E há tempos nem os santos tem ao certo a medida da maldade.”
O sorriso tem se perdido - “E há tempos o encanto está ausente e há ferrugem nos sorrisos.”
E nós, colocamos o que temos nos bolsos e fechamos os olhos?! - “De que me vale ser filho da santa, melhor seria ser filho da outra. Outra realidade menos morta, tanta mentira, tanta força bruta.”
Assim como podemos falar do amor?! - “E hoje em dia, como é que se diz eu te amo?!”
Talvez nem possamos, com a ganância nos cegando - “No escritório onde eu trabalho, e fico rico. Quanto mais eu multiplico diminui o meu amor.”
Quero ouvir de novo críticas sobre tudo - “O céu já foi azul, mas agora é cinza. E o que era verde aqui, já não existe mais.”
Exigir respeito abrindo a boca - “Esse ar deixou minha vista cansada, nada demais...”
Melhoramos muito, mas podemos melhorar mais -“Eu quero trabalho honesto, em vez de escravidão.”
Ironias são aceitas, mas demonstre o inconformismo - “O diabo é um otimista se acredita que pode piorar as coisas.”
Fazer diferença e lutar pela justiça é uma tarefa difícil. Mas é um ideal de vida.
As aspas representam a inconformidade de diversos escritores com a sociedade, governo, etc.
Infelizmente a maioria não está mais vivo, mas a coragem que havia neles pode haver em nós.
Trará riscos, inimigos e conflitos.
Mas antes viver uma vida de risco que viver uma vida de silêncio
Bruno Cezar